VIVENDO O EVANGELHO NUM MUNDO PÓS
MODERNO
Texto:
2 Pedro 2
Os falsos mestres
Qual
a definição de um falso profeta? Falso mestre? É alguém que ensina uma falsa
idéia. Quando Paulo escreve aos gálatas ele fala sobre o perigo do ensinar um
falso evangelho; ele conclui que a
expressão “outro evangelho” não existe, porque qualquer mistura que se faça ao
evangelho neutraliza seu poder de salvação e anula seu efeito: “Estou muito
admirado com vocês, pois estão abandonando tão depressa aquele que os chamou
por meio da graça de Cristo e estão aceitando outro evangelho. Na verdade não existe outro evangelho, porém
eu falo assim porque há algumas pessoas que estão perturbando vocês, querendo
mudar o evangelho de Cristo.” Gálatas 1.6,7
Calvino
diz que o falso evangelho só tem sucesso nos ouvidos dos não eleitos; qualquer mistura que se faça ao evangelho vai
chamar atenção do não eleito; o eleito, no entanto, não aceita nenhuma mistura
que se faça ao evangelho; ele sempre vai ficar incomodado com qualquer acréscimo
que se faça ao evangelho genuíno.
1-
A ESPIRITUALIDADE PÓS MODERNA
Como nós falamos no domingo passado,
é difícil definir o que é pós modernidade; se trata de um questionamento de
tudo o que se viveu até aquele momento. A era moderna começa com a Revolução Francesa,
sendo seguida pela revolução industrial e pelo desenvolvimento cientifico e
humano. A declaração dos direitos do
homem e do Cidadão de 1789 definiu que a liberdade do homem é “fazer tudo o que
não prejudica o outro”
A declaração dos direitos humanos
de 1948 afirmou que “todos os homens
nascem iguais e permanecem livres”, reafirmando a ideia de liberdade da
declaração de 1789. Esse conceito de liberdade foi a base para gerar as idéias
do pós modernismo que enfatiza a subjetividade. Vamos entender mais essa
expressão: OBJETIVIDADE – Aquilo que é SUBJETIVIDADE- aquilo que eu penso que é.
O homem pós moderno é subjetivo. Dinamica: Essa subjetividade chegou na
Espiritualidade. Podemos dizer que a vida espiritual do homem pos moderno é a
sua experiência com Deus e não a aceitação dos conceitos bíblicos básicos.
A reforma se baseou no conceito de
SOMENTE A ESCRITURA; a igreja foi reformada a partir do momento que a Escritura
se tornou a única regra de fé e de pratica. Quando não se leva a sério esse
tema, abre-se espaço para a subjetividade da fé e do relativismo. É isso que
vemos no sincretismo, nas revelações extra-bíblicas e na interpretação pessoal
das escrituras (eu acho que é isso; ou pra mim, é isso). Tudo isso é fruto
dessa suposta liberdade que tanto se prega na pós modernidade.
Sobre liberdade temos que entender
o que Jesus falou no evangelho: “Então Jesus disse para os que creram nele: —Se
vocês continuarem a obedecer aos meus ensinamentos, serão, de fato, meus
discípulos e conhecerão a verdade, e a
verdade os libertará. Eles responderam:
—Nós somos descendentes de Abraão e nunca fomos escravos de ninguém. Como é que
você diz que ficaremos livres? Jesus disse a eles: —Eu afirmo a vocês que isto
é verdade: quem peca é escravo do pecado.” João 8.31-34
Resumindo esse primeiro momento concluímos
que a religiosidade pós moderna é subjetiva e pessoal. Essa postura facilita o
aparecimento de falsos mestres.
2- CARACTERISITICAS DOS FALSOS MESTRES
a) Falam aquilo
que as pessoas querem ouvir
O alerta de Pedro começa no v. 1: “No passado apareceram falsos profetas no
meio do povo, e assim também vão aparecer falsos mestres entre vocês. Eles
ensinarão doutrinas destruidoras e falsas e rejeitarão o Mestre que os salvou.
E isso fará com que caia sobre eles uma rápida destruição.” O apóstolo utiliza
duas palavras:
ψευδοπροφήτης pseudoprofétes-
falsos profetas
ψευδοδιδάσκαλος pseudodidáskalos-
falsos Mestres
O profeta mostrava
o que Deus ia realizar; e o mestre ensinava a Palavra de Deus.
O problema da
espiritualidade pós moderna não é o falso profeta e sim o
falso mestre. Aquele que distorce um conceito e ensina um grupo que quer ouvir esse
conceito distorcido; é o que vemos em 2 Tm 4.3: “Pois vai chegar o tempo em que
as pessoas não vão dar atenção ao verdadeiro ensinamento, mas seguirão os seus
próprios desejos. E arranjarão para si mesmas uma porção de Mestres (didáskalos),
que vão dizer a elas o que elas querem ouvir.”
b)
Eles ensinam doutrinas destruídos porque
rejeitam a CRISTO v.1
Quando falamos de heresias destruidoras
que rejeitam a Cristo não devemos entender que eles não pregam a Cristo; o
problema está na ênfase dada á mensagem. Não há ênfase ao sacrifício de Cristo
e a salvação. As pessoas são
anestesiadas com assuntos de seu interesse, mas não se enfatiza a necessidade de
salvação.
Não há pregação de arrependimento de
pecados
Não há pregação sobre a necessidade de
crer em Jesus Cristo como Senhor e Salvador (Cristo é pregado apenas como
curandeiro)
Não se prega a mudança de vida (A
igreja menos pura é aquela que não tem disciplina; lembrando que uma das marcas
da igreja é o exercício da disciplina). Não se fala em vida santa, esquecendo-se
completamente que ninguém verá a Deus se
não tiver uma vida completamente dedicada a Ele (SEPARAÇÃO)
A ideia de evangelismo é agregar
pessoas ao grupo e não tornar o nome de Jesus conhecido
c)
Eles valorizam o dinheiro v.3
Conforme já vimos, o falso mestre prega
uma mensagem que agrada os ouvintes e
como o desejo humano pelas coisas materiais é muito alto, a prosperidade se
torna o assunto principal de todos as suas reuniões. Os textos sobre dízimo e ofertas são
distorcidos; o dizimo no antigo
testamento era utilizado para a manutenção dos levitas (uma tribo inteira que
não herdou terras); quando o novo testamento é citado, quanto a questão das
ofertas em 2 Corintios 9, novamente a distorção aparece; Paulo pedia ofertas para
levar aos pobres da igreja-mae em Jerusalém e não para investir em seu ministério.
É claro que Paulo necessitava de recursos; na carta aos filipenses ele agradece
pela ajuda que aquela igreja havia enviado a ele, mas mesmo assim ele não pede
nada para seu ministério.
d)
Eles são atrevidos e não respeitam
autoridades V.10
“Ele castigará especialmente os que
seguem os seus próprios desejos imorais e desprezam a autoridade dele. Esses
falsos mestres são atrevidos e orgulhosos. Eles não têm nenhum respeito pelos
gloriosos seres celestiais e os insultam.”
Ainda sobre isso devemos lembrar de
Judas: “Do mesmo modo esses homens têm visões que os fazem pecar contra o
próprio corpo deles. Desprezam a autoridade de Deus e insultam os gloriosos
seres celestiais. nem mesmo o arcanjo Miguel fez isso. Na discussão que teve
com o Diabo, para decidir quem ia ficar com o corpo de Moisés, Miguel não se
atreveu a condenar o Diabo com insultos, mas apenas disse: “Que o Senhor
repreenda você! ” Mas esses homens
xingam aquilo que não entendem. E as coisas que eles conhecem por instinto,
como os animais selvagens, são estas que os destroem. Ai deles! Seguem o mesmo caminho de Caim. Por
causa de dinheiro, eles se entregam ao mesmo erro de Balaão. E, como Corá se
revoltou e foi destruído, eles também se revoltam e serão destruídos.” Jd 8-11
e)
Eles são escravos de seus atos e
escravizam outros v. 18-22
3.A RESPONSABILIDADE DO MINISTERIO DE ENSINO DA IGREJA
Mateus 28.18-20: “Então Jesus chegou
perto deles e disse: —Deus me deu todo o poder no céu e na terra. Portanto, vão
a todos os povos do mundo e façam com que sejam meus seguidores, batizando
esses seguidores em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo e ensinando-os a
obedecer a tudo o que tenho ordenado a vocês. E lembrem disto: eu estou com
vocês todos os dias, até o fim dos tempos.”
Tiago alerta sobre a responsabilidade do
ensino. O contexto do assunto da língua começa com um alerta sobre o perigo do
falso ensino: “Meus irmãos, somente
poucos de vocês deveriam se tornar mestres na Igreja, pois vocês sabem que nós,
os que ensinamos, seremos julgados com mais rigor do que os outros. Todos nós sempre cometemos erros. Quem não
comete nenhum erro no que diz é uma pessoa madura, capaz de controlar todo o
seu corpo.” Tg 3.1,2
1 Tm 4.13: “Enquanto você espera a
minha chegada, dedique-se à leitura em público das Escrituras Sagradas, à
pregação do evangelho e ao ensino cristão.”
1 Tm 5.17: “Os presbíteros que fazem um
bom trabalho na igreja merecem pagamento em dobro, especialmente os que se
esforçam na pregação do evangelho e no ensino cristão”
1 Tm 6.3-5: “Se alguém ensina alguma doutrina
diferente e não concorda com as verdadeiras palavras do nosso Senhor Jesus
Cristo e com os ensinamentos da nossa religião, essa pessoa está cheia de orgulho e não sabe
nada. Discutir e brigar a respeito de palavras é como uma doença nessas
pessoas. E daí vêm invejas, brigas, insultos, desconfianças maldosas e discussões sem fim, como costumam fazer as
pessoas que perderam o juízo e não têm mais a verdade. Essa gente pensa que a
religião é um meio de enriquecer.”
1 Tm 4.16: “Cuide de você mesmo e tenha
cuidado com o que ensina. Continue fazendo isso, pois assim você salvará tanto
você mesmo como os que o escutam.”