sábado, 2 de abril de 2022

IDENTIDADE PRESBITERIANA

O QUE É SER PRESBITERIANO O que é o presbiterianismo? O que é uma Igreja Presbiteriana? Por que sou presbiteriano? Estas são as perguntas que precisamos responder para começarmos a entender a nossa igreja, a nossa doutrina e a nossa liturgia. É triste notar que muitos membros de nossas igrejas não conhecem o tesouro que possuem; e assim, acham que “o cobre reluz mais que o ouro”. O presbiterianismo tem como ênfase o entendimento correto das Escrituras e sua aplicação na vida prática. Alguém disse que “O presbiterianismo é “uma forma diferenciada de cristianismo”, esta é uma declaração inegável a ponto de um pastor dizer: “Quem conhece o presbiterianismo, não sai dele” Conheço muitas pessoas que são presbiterianas desde a sua infância - são presbiterianos por tradição. Conheço outras que se tornaram presbiterianas - saíram de suas igrejas e vieram para a Igreja Presbiteriana; o curioso é que muitas vieram por questões de doutrina, outros por afinidade. Em qual tipo de pessoa você se encaixa? 1- O QUE SIGNIFICA SER PRESBITERIANO: a) Compreender e aceitar o governo da Igreja. Você já se perguntou por que a Igreja se chama presbiteriana? A resposta está ligada a quem dirige e governa a Igreja. Existem vários tipos de administração nas igrejas ou tipos de governo. Vejamos 4 principais: I – O Sistema Episcopal diz que o bispo que não é eleito pela igreja deve ter a primazia nas decisões referentes à Igreja. Quem detém o governo é o Bispo. Exemplos de igrejas episcopais: Católica, Metodista, Universal II- O sistema Congregacional ou Independente consiste em todo o povo governa e tomar decisões. Exemplos de igrejas congregacionais: Batistas III- O sistema presbiteriano funciona assim: Os membros escolhem seus representantes (oficiais) e estes tomam a maioria das decisões. IV- O sistema Convencional- A convenção toma as decisões para a toda a igreja e cada estado ou região tem o seu pastor presidente. Ex. Assembleia de Deus. Vamos a alguns textos sobre o sistema que nós adotamos em nossa igreja: Veja Atos 20.17: “De mileto mandou chamar os “Presbíteros de Éfeso” . Observem o termo plural na Igreja local deve haver mais de um presbítero; esses presbíteros são chamados de bispos (supervisores) e que possuem a função de pastorear o rebanho de Deus (vs.28). A Igreja do Novo Testamento era governada por presbíteros (Atos 11.30). A Igreja do Novo Testamento promovia eleição de vários presbíteros para uma mesma igreja (Atos 14.23) Problemas em uma igreja local deveriam ser resolvidos em concílio de presbíteros (Atos 15.2,4,6,22,23) As decisões destes presbíteros devem ser acatadas (Atos.16.4). Existem dois tipos de presbíteros: 1) os regentes; 2) os docentes (1 Timóteo 5.17). b) Compreender e aceitar a doutrina da Igreja. A nossa doutrina é um dos pontos que mais nos cativam dentro da igreja presbiteriana. O nosso sistema de doutrinas é conhecido na história como sistema reformado de doutrinas ou Calvinismo. Na Bíblia- A única regra de fé e de prática c) Conhecer a história da Igreja A igreja presbiteriana não tem uma data específica de nascimento. Ela é uma igreja reformada que nasceu na reforma protestante. Em Genebra o seu líder foi João Calvino e na Escócia o seu líder foi João Knox. Posteriormente a doutrina da Igreja Presbiteriana ficou conhecida como Teologia Reformada ou Teologia Calvinista. Em cada região ou país, essa igreja tem seus nomes próprios, como Igreja Reformada da Holanda, Huguenotes, na França e Presbiterianos, no Reino Unido, Estados Unidos e Brasil. 2 – O QUE CREMOS? Quais são os símbolos de fé da Igreja Presbiteriana? a) A Bíblia b) A Confissão de Fé de Westminster c) O Catecismos (maior e menor) Nossa doutrina está baseada nas Escrituras, sendo que João Calvino formatou da seguinte maneira: I. Depravação Total II. Eleição Incondicional III. Expiação Limitada IV. Graça Irresistível V. Perseverança dos Santos Aqui temos um gráfico do surgimento de algumas igrejas ao longo da historia: Identidade Presbiteriana- LITURGIA Estamos falando nesta semana de oração sobre nossa identidade como igreja reformada. Ontem falamos sobre o que significa ser presbiteriano e hoje vamos tratar sobre Liturgia. A Reforma começou a fazer uma mudança na igreja em tudo o que estava desviado das Escrituras. Ao longo de 1500 anos, a Igreja foi lentamente se desviando da Palavra de Deus e elementos estranhos e pagãos começaram a fazer parte da vida da igreja. 1- Contexto da Reforma O culto havia sido abolido; em seu lugar surgiu a missa, que transmite a ideia de um sacrifício oferecido a Deus. Os sacramentos perderam sua função principal, além de outros cinco serem adicionados, totalizando sete sacramentos ao invés dos dois prescritos por Jesus: Batismo e Santa Ceia. E além do acréscimo, os sacramentos foram alterados em suas funções: o batismo passou a ter o poder de salvar e a eucaristia, passou a simbolizar literalmente o corpo de Cristo. O padre, como sacerdote tinha (e tem) a função de fazer o sacrifício de Cristo; por isso que, cada vez que a hóstia (vítima) é quebrada, diz que Cristo está sendo morto. A liturgia da igreja também estava corrompida; os padres rezavam a missa em latim, de costas viradas para o povo; os fiéis não podiam participar de nenhum ato da missa. Eles eram apenas espectadores. 2- O movimento Anglicano Na Inglaterra, a recém estabelecida pelo rei, assim chamada de Anglicana herdou muito do catolicismo romano. Eles criaram o livro comum de oração, onde as orações estavam todas escritas para cada ocasião, ficando muito parecida com as rezas das missas romanas. Foi por isso que os puritanos foram perseguidos (John Bunyan e os puritanos); eles não aceitavam esse tipo de liturgia engessada e foram chamados de não conformistas. 3- A reforma Luterana Lutero entendeu desde muito cedo que a Igreja precisava voltar para as Escrituras, não somente na pregação bíblica, mas também na liturgia. Deus precisava voltar a falar com o seu povo e o povo de Deus precisava voltar a falar com Ele! Lutero trabalhou muito para isso, escrevendo hinos, levando o povo a redescobrir o prazer de louvar ao Senhor. 4- A reforma calvinista As igrejas da Suíça foram impactadas pela Palavra e pela redescoberta do prazer de louvar a Deus. Calvino elaborou o Saltério de Genebra, um hinário com salmos e hinos voltados para o culto. Nas igrejas romanas, somente o coral tinha a oportunidade de cantar. Nas igrejas reformadas, toda a congregação presta louvores ao Senhor. A Assembleia de Westminster elaborou junto com a Confissão de fé e os catecismos, um documento muito importante para a liturgia da igreja: O DIRETORIO DE CULTO. Neste documento, se estabelece o principio regulador de culto em oposição ao principio normativo de culto. O que cada um significa? Princípio Normativo de Culto- Podemos fazer na igreja tudo o que a Bíblia não proíbe; Princípio Regulador de culto- Só podemos fazer o que a Bíblia ordena. Uma grande parte das igrejas modernas utiliza o principio normativo de culto; por isso, é que tantas inovações aparecem (dente de ouro, vômito santo, unção de animais, sono santo, gargalhada santa). O principio regulador nos direciona a ficarmos somente com a Palavra em todo o desenvolvimento do culto, seja na liturgia, seja na pregação e na aplicação da mensagem. Nossa liturgia tem que ser RACIONAL (Rm 12.1) A liturgia não pode ser ao gosto de cada crente; as opções de música, ritmos e condução devem ser orientadas pelas Escrituras. 5- A liturgia na IPB A IPB não é litúrgica; ela tem princípios de liturgia. O que faz parte desses princípios? a) Dia do Senhor – Art.1 PL/IPB b) Um local definido – Art. 5 e 6 do PL/IPB c) Culto Público – A liturgia é uma preparação para o culto publico sendo que os sacramentos fazem parte dela. O fato é que a Bíblia ordena cultuáramos com hinos e cânticos espirituais e tudo o que fizermos deve ser feito com ordem e decência. Quando falamos em liturgia, pode ser que uma pessoa pense somente na ordem do culto; mas vai além disso. Veja o que nossa Constituição fala sobre isso: Art.1 - É dever de todos os homens lembrar-se do dia do Senhor (Domingo) e preparar-se com antecedência para guarda-lo. Todos os negócios temporais devem ser postos de parte e ordenados de tal sorte que não os impeçam de santificar o Domingo pelo modo requerido nas Sagradas Escrituras. Art.2 - Deve-se consagrar esse dia inteiramente ao Senhor, empregando-o em exercícios espirituais, públicos e particulares. É necessário, portanto, que haja, em todo esse dia, santo repouso de todos os trabalhos que não sejam de absoluta necessidade, abstenção de todas as recreações e outras coisas que, lícitas em outros dias, são impróprias do dia do Senhor. Art.3 - Os crentes, como indivíduos ou famílias, devem ordenar de tal sorte seus negócios ou trabalhos que não sejam impedidos de santificar convenientemente o Domingo e tomar parte no culto público. Art.4 - Conselhos e Pastores devem mostrar-se atentos e zelar cuidadosamente para que o Dia do Senhor seja santificado pelo indivíduo, pela família e pela comunidade. Art.5 - O templo é a Casa de Deus dedicada exclusivamente ao culto. É a Casa de Oração para todas as gentes, segundo define Nosso Senhor Jesus Cristo. Parágrafo Único - Importa que o Templo ou salão de cultos seja usado exclusivamente para esse fim, salvo casos especiais, a juízo do Conselho. Art.6 - A construção do Templo deve obedecer a estilo religioso, adaptado ao culto evangélico, em que predominem linhas austeras e singelas. Art.7 - O culto público é um ato religioso, através do qual o povo de Deus adora o Senhor (1), entrando em comunhão com ele, fazendo-lhe confissão de pecados (2) e buscando, pela mediação de Jesus Cristo, o perdão, a santificação da vida e o crescimento espiritual(3). É ocasião oportuna para proclamação da mensagem redentora do Evangelho de Cristo e para doutrinação e congraçamento dos crentes. Art.8 - O culto público consta ordinariamente de leitura da Palavra de Deus, pregação, cânticos sagrados, orações e ofertas. A ministração dos sacramentos, quando realizada no culto público, faz parte dele. Parágrafo Único - Não se realizarão cultos em memória de pessoas falecidas. Art.9 - No culto individual o crente entra em íntima comunhão pessoal com Deus. Art.10 - Culto doméstico é o ato pelo qual os membros de uma família crente se reúnem diariamente, em hora apropriada, para leitura da Palavra de Deus, meditação, oração e cântico de louvor. Art.11 - Os membros da Igreja Presbiteriana do Brasil devem apresentar seus filhos para o batismo, não devendo negligenciar essa ordenança. § 1º - No ato do batismo os pais assumirão a responsabilidade de dar aos filhos a instrução que puderem e zelar pela sua boa formação espiritual, bem como fazê-los conhecer a Bíblia e a doutrina presbiteriana como está expressa nos Símbolos de Fé. § 2º - A criança será apresentada por seus pais ou por um deles, no impedimento do outro, com a declaração formal de que desejam consagrá-la a Deus pelo batismo. § 3º - Os menores poderão ser apresentados para o batismo por seus pais adotivos, tutores, ou outras pessoas crentes, responsáveis por sua criação. § 4º - Nenhuma outra pessoa poderá acompanhar os pais ou responsáveis no ato do batismo das crianças a título de padrinho ou mesmo de simples testemunha. Art.12 - Todo aquele que tiver de ser admitido a fazer a sua profissão de fé será previamente examinado em sua fé em Cristo, em seus conhecimentos da Palavra de Deus e em sua experiência religiosa e, sendo satisfatório este exame, fará a pública profissão de sua fé, sempre que possível em presença da Congregação, sendo em seguida batizado, quando não tenha antes recebido o batismo evangélico. Art.13 - A Santa Comunhão ou Ceia do Senhor deve ser celebrada com frequência e compete ao Conselho, ou ministro, tratando-se de congregação, decidir quanto às ocasiões em que deve ser administrada, para maior proveito e edificação dos crentes. Art.14 - O Conselho deve cuidar de que os membros professos da Igreja não se ausentem da Mesa do Senhor e velar para que não participem dela os que se encontrarem sob disciplina. Art.15 - Os presbíteros auxiliarão o ministro na distribuição dos elementos. Art.16 - Poderão ser convidados a participar da Ceia do Senhor os membros, em plena comunhão, de quaisquer igrejas evangélicas. Art.17 - Os elementos da Santa Ceia são pão e vinho, devendo o Conselho zelar pela boa qualidade desses elementos. Art.18 - Sobre o casamento realizado segundo as leis do país e a Palavra de Deus, o ministro, quando solicitado, invocará as bênçãos do Senhor. Art.19 - Para que se realize a cerimônia da impetração da bênção é imprescindível que o ministro celebrante tenha prova de que o casamento foi celebrado de acordo com os trâmites legais. Art.20 - Nos termos das leis do país, cumpridas pelos nubentes as formalidades legais, o ministro celebrará o casamento religioso com efeito civil, de acordo com a liturgia da Igreja. Art.21 - Os crentes enfermos devem ser visitados pelo pastor e pelos oficiais, que os confortarão e instruirão com a leitura de textos bíblicos, cânticos de hinos e oração. Parágrafo Único - A obrigação de visitar os enfermos só se torna formal quando o crente pedir a visita. Art.22 - O corpo humano, mesmo após a morte, deve ser tratado com respeito e decência. Art.23 - Chegada a hora marcada para o funeral, o corpo será levado com decência para o cemitério e sepultado. Durante essas ocasiões solenes, todos os presentes devem portar-se com gravidade. O oficiante deverá exortá-los a considerar a fragilidade desta vida e a importância de estarem preparados para a morte e para a eternidade. Identidade Presbiteriana- CULTO O culto é o momento mais importante da vida do cristão. Temos que lembrar que tudo o que fazemos é para a glória de Deus (1Coríntios 10.31). Existem três esferas de culto: Individual, Doméstico e Público. O individual é minha comunhão particular com Deus, o doméstico é minha comunhão com Deus em família e o público é a nossa comunhão com Deus comunitária. 1- Como devemos cultuar? A resposta está em João 4.23,24. Cultuamos em espírito e em verdade. O culto é nossa reposta para tudo o que Deus é e faz por nós. Quando cultuamos estamos declarando que Deus é nosso Senhor e somos dependentes dEle! 2- Qual deve ser a teologia do culto? O culto não é como qualquer outra reunião. É uma assembleia solene. O culto tem elementos que são únicos. Vejamos quais são: a) Administração dos sacramentos- Batismo e Santa Ceia; b) Pregação por um ministro ordenado; c) Benção Apostólica. O culto é uma ordem estabelecida por Deus. Não é uma invenção humana. Veja os textos de Êxodo 20.10 e do Salmo 100. É uma ordem! Não é um convite! Isso é adoração pública onde toda a família se apresenta diante de Deus. O Senhor ordena que nós nos cheguemos a Ele! Veja ainda o Salmo 134 e Salmo 122. Nós adoramos em conjunto e com prazer. Não existe culto online! Existe apenas filmagem do culto! Leia ainda o Salmo 111.1 Não cultuamos de acordo com nossos próprios gostos. Há um principio em toda a Escritura para o culto. 3- Quem deve cultuar? Todos os filhos de Deus! O culto é para toda a família. Nenhum pode ficar de fora. Faraó quis negociar isso com Moisés em Êxodo 10.8-11. Mas a resposta de Moises em Êxodo 10.26 mostra que todo o povo cultua inclusive com seus bens. Nossos filhos são membros da igreja e, portanto, devem participar do culto! Quando Abraão estava levando seu filho para o sacrifício solicitado por Deus, Isaque sabia sobre os rituais do sacrifício- lenha, fogo, e “cadê o cordeiro?” Veja alguns textos sobre a totalidade do povo no culto a Deus: 2Crônicas 20.13- Todos os crentes estavam lá! Joel 2.12-17.- Todos deveriam vir à Assembleia solene. Dt 6.20- Os filhos deveriam saber participando do culto. Atos 2.38,39- As promessas da Aliança são para o povo e seus filhos. O culto é ponto mais alto do relacionamento com Deus e seu povo. A permanência das crianças é um dever dos pais. Dt 31.10-13 -Todo o Israel deveria vir para comparecer para ouvir a lei. Quando os pais não levam as crianças no culto ou tiram as crianças do culto, eles estão quebrando o quarto mandamento, além de não cumprir os votos do batismo. A perg. 117 do Catecismo Maior diz que devemos cuidar para que toda a nossa família preste culto a Deus. A perg. 118 diz que é ordem é dirigida aos pais porque eles são os responsáveis pela sua família! Quando batizamos nossos filhos nós respondemos algumas perguntas: I- Prometem que o Senhor Deus conservar seu filho até a idade da razão vão instrui-lo na crença do povo de Deus baseada nas Escrituras? II- Prometem ensiná-lo a ler, para ler as Escrituras por si mesmo e orar por ele e com ele, servindo vocês mesmos de exemplos de piedade e fé? III- Prometem ler a Bíblia com ele e traze-lo a igreja com assiduidade e ensina-lo desde a mais tenra idade e respeitar o culto divino e participar dele? Por que alguns defendem a ideia de tirar as crianças do culto? • As pessoas agem assim por falta de conhecimento. • Ou pensam que as crianças não entendem (Sobre isso, devemos lembra que não tiramos nosso filho da mesa porque ele não sabe usar o garfo ou faca). As crianças aprendem por imitação; quando os filhos veem os pais a orar, eles aprendem a orar; eles aprendem a temer ao Pai do céu. • Outro fator é que nossa cultura é de terceirização. • E por fim, os filhos controlam os pais. Quem conduz o culto é Deus! E Ele quer as crianças no culto. Ele permite todo o movimento das crianças. Jesus mesmo disse: “Deixai vir a mim os pequeninos, não os embaraceis porque dos tais é o reino dos céus.” O culto público é o momento da igreja onde Deus se encontra com o seu povo! Portanto, todo o povo deve se preparar para participar dele e valorizar cada momento desse ato solene! O culto não é de crianças, de mulheres, de homens, de jovens. Ele é de toda a família! O culto doméstico é um bom projeto para treinar nossos filhos para o culto publico! Tenhamos paciência porque nossos filhos vão crescer! E paciência com os filhos dos outros também Que Deus nos abençoe e nos ensine a cultuá-lo em espírito e em verdade! Identidade Presbiteriana- Usos e costumes Nosso assunto hoje são os costumes estabelecidos na igreja. A IPB é reconhecida no contexto evangélico como uma igreja “sem doutrina”; o que eles estão acusando é o fato da IPB não ter Usos e costumes, como em algumas denominações pentecostais. Temos uma doutrina bíblica que significa que toda a fé (o que cremos) e a prática (o que fazemos) vem da Palavra de Deus. Contudo infelizmente são poucos os crentes que conhecem verdadeiramente as doutrinas bíblicas, poucos a estudam e poucos a amam de forma verdadeira. Existem pelo menos três fontes de doutrinas: • A doutrina de Deus (Mt 7. 28) • A doutrina de homens (Mt 15.9) • A doutrina de demônios ( 1Tm 4.1-5) O que as igrejas têm acumulado ao longo dos anos são os usos e costumes e não necessariamente doutrina. Portanto, os usos e costumes são uma forma de expressão que demonstra a conduta, a postura e o comportamento pessoal, grupal ou comunitário. As vezes os usos e costumes estão baseados em uma doutrina (nesse caso, nós aceitamos), mas as vezes, é somente o entendimento de uma pessoa que impõe a prática porque seus gostos pessoais não concordam com determinada atitude ou costume. Veja algumas diferenças entre usos e costumes e Doutrina: a) Quanto à origem: • A doutrina é divina (bíblica) • O costume é humano b) Quanto ao alcance: • A doutrina é geral (para toda a Cristandade) • O costume é local c) Quanto ao tempo: • A doutrina é imutável e perpétua • O costume é temporário Vamos a um exemplo de usos e costumes baseado em doutrina: O Consumo de bebidas alcóolicas. A IPB proíbe a produção, a venda e consumo (este ultimo sendo permitido somente sob recomendação médica). A igreja entende que o álcool é danoso ao corpo, o templo do Espírito Santo. Ao longo dos anos a IPB alterou muito da sua prática quando a roupas por exemplo. Na chegada da igreja no Brasil, as mulheres usavam vestidos e os homens, terno e gravata. Temos que levar em conta que esse também era um costume dos não crentes (ou romanistas). Nossa igreja não tem uma regra proibitiva quanto a vestuário, devendo o cristão se vestir adequadamente com bom senso e modéstia. A única recomendação da igreja é evitar os excessos da moda (piercings, cortes modernos, joias, etc). Quanto ao uso de recursos deste mundo, encontramos grupos que são radicalmente contra o porte e uso de qualquer aparato tecnológico (Amish) ou no Brasil, grupos mais moderados, que proíbem o acesso à TV ou rádio. A IPB sempre orienta os seus membros a usarem os recursos para a glória de Deus e para o bem estar de si mesmo e de sua família. Não podemos criar um regra “doutrinária” para limitar o acesso das pessoas a determinadas tecnologias ou recursos (Isaías 1.19). O cuidado que recomendamos está baseado em 1Coríntios 10.23. Quanto a filosofia de trabalho, temos que esclarecer alguns pontos: a) Ao longo dos anos, as IPB’S foram implantando formas de trabalho que começaram a ser copiadas por outras igrejas irmãs e que se tornaram normas dentro do presbiterianismo. São ferramentas de trabalho, mas que não são doutrina. Ex. Sociedades Internas (SAF – Sociedade Auxiliadora Feminina; UPH- União presbiteriana de homens; UMP- União de Mocidade Presbiteriana UPA- União Presbiteriana de adolescentes e UCP- União de Crianças Presbiterianas). Essas sociedades internas estão presentes em muitas igrejas e dependendo do contexto local, da quantidade de pessoas disponíveis, elas trabalham em conjunto com toda a igreja. b) Alguns programas da igreja também se solidificaram e estão presentes em muitas IPB’S (não em todas). Um exemplo disso é a Escola Dominical. Criada na Inglaterra para evangelizar e alfabetizar crianças de rua, a EBD foi assimilada pelas igrejas e tem sido uma benção na formação de novos cristãos. Temos que ponderar que a Escola Dominical não é responsável pela educação cristã das crianças e adolescentes. É apenas mais uma ferramenta. Conclusão: Nossa igreja é doutrinariamente bíblica e mantem alguns costumes, sendo que estes não são impostos e nem condicionados a santificação e salvação. Temos que ficar alertas ao contexto em que estamos inseridos para darmos uma boa resposta para o mundo que nos cerca. Identidade Presbiteriana- Cosmovisão Estamos encerrando nossa semana especial sobre identidade Presbiteriana. Fazer parte dessa igreja é ser guiado pela Palavra de Deus. Essa palavra impacta nossa vida em todos os sentidos. Cosmovisão é visão que nós temos do mundo. Nossa lente, pela qual vemos todas as coisas é a Bíblia, Escritura sagrada, Palavra de Deus. Como a Bíblia nos impacta? a) Salva Veja 2Timóteo 3.15. Esse é o primeiro impacto que temos pela Palavra! b) Nos enche de esperança As promessas da Palavra enchem nosso coração de esperança. Um crente fiel sabe que a vida não é fatalista, mas caminha de acordo com um propósito estabelecido por Deus. c) Impacta nosso casamento O casamento deve ser tido em máxima consideração pelos crentes (Hb.13.4). O mundo está dissolvendo a ideia de casamento, mas a igreja mantém acessa essa chama que foi estabelecida pelo próprio Deus. d) Impacta a criação dos filhos Leia Efésios 6.4. Nossos filhos são criados debaixo da autoridade da Palavra. Eles aprendem a temer ao Senhor desde cedo. e) Impacta nosso trabalho O trabalho de um cristão reformado é profundamente impactado pela autoridade da palavra de Deus (Colossenses 3.22-24) f) Impacta nosso relacionamento com o dinheiro Em 1Tm 6.7,8 somos desafiados a ficar contentes com o que temos. Nossa ambição é controlada, somos dizimistas e mantenedores da obra missionária e Deus tem abençoado a vida dos crentes fiéis. g) Aperfeiçoa “Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça, a fim de que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra”. 2 Timóteo 3.16-17 Aperfeiçoar é a arte de trabalhar em um material bruto e refiná-lo com melhorias, lapidação e esmero. É isso que o ensino da Palavra de Deus faz conosco. Ele nos dá crescimento no conhecimento do caráter de Cristo, nos confronta em nossos pecados e corrige nossos pensamentos, emoções e ações. Educa-nos em nosso coração, para que nos tornemos perecidos com Cristo a fim de nos deixar preparados para uma vida que glorifica ao nosso Pai celestial. Não é pelas nossas próprias aptidões que somos transformadas, mas pela graça que nos alcança. h) Limpa “Vós já estais limpo pela Palavra que vos tenho falado”. João 15:3 A Palavra de Deus é o mais excelente material para a purificação de nossas almas e mentes. Temos que ter sabedoria e disposição para nos lançarmos na Palavra com todo empenho e usá-la com perícia. i) Santifica “Santifica-os na verdade; a tua palavra é a verdade”. João 17.17 Quando Deus separou um povo para si, ele não escolheu o maior povo, nem o melhor povo, ele separou um povo que ele mesmo iria capacitar, preparar e santificar. Que privilégio! Se você foi escolhido para receber o dom da fé (Ef 2.8-9), alegre-se na sua salvação (Is 12.3) e glorifique ao nosso Pai com a sua vida, oferecendo a ele um culto racional: disponha-se e estude a Palavra, que é a Verdade que a santifica. A verdade da Palavra de Deus incutida em sua mente vai protegê-lo das ciladas do pai das mentiras e fará de você um cristão forte, preparado para a batalha contra os poderes do mal, aquele que não vemos, mas que sabemos que nos rodeia (1Pe 5.9). j) Liberta “E conhecereis a verdade e a verdade vos libertará”. João 8.32 Antes de Cristo éramos escravos do pecado, do diabo, mas agora, pelo conhecimento da verdade, fomos libertos. Muitos ainda estão cativos em suas emoções, passado, mágoas. Mas a Palavra de Deus tem o poder de nos libertar completamente! Quanto mais conhecemos a Verdade, mais queremos viver a Verdade. k) Discerne os pensamentos e os propósitos do coração “Porque a palavra de Deus é viva, e eficaz, e mais cortante do que qualquer espada de dois gumes, e penetra até ao ponto de dividir alma e espírito, juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e propósitos do coração.” Hb 4.12 Você conhece o mau que habita em você? Consegue prever suas reações no campo de batalha de seu coração, ou de sua mente, quando precisa reagir a alguma situação? As Escrituras têm o poder de dar discernimento aos nossos pensamentos mais profundos e de nos fazer conhecer as segredos do nosso coração. Portanto, nossa visão é totalmente afetada pela Palavra de Deus; esta é a cosmovisão reformada, na qual todos os crentes sinceros e ativos tem a sua disposição para crescer na graça e no conhecimento do Senhor! A grande verdade é a que a Palavra de Deus tem nos tornado perfeitos para toda a boa obra! Que privilégio servir ao Senhor com essa visão bíblica tão equilibrada! Que Deus nos abençoe!

IDENTIDADE PRESBITERIANA

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