UMA DEFINIÇÃO DE
TEOLOGIA:
Dentre
várias definições sobre teologia, esta é a que entendemos ser a que
mais
se encaixa no contexto desta apostila. O termo Teologia vem do grego
Theos
→ Deus e Logos → Palavra, Estudo. No contexto de nossos dias
podemos
definir Teologia como: “A Doutrina de Deus e suas relações com o
universo.”
(Alexandre Milhoranza).
Não
seria recomendável dizer que a teologia tem como alvo estudar ou
conhecer
Deus de forma total e completa. Isto seria no mínimo impossível
porque
não dizer uma manifestação de soberba de nossa parte. Deus é infinito,
insondável,
soberano, ao passo que somos limitados e imperfeitos, e por esta
razão
estamos impossibilitados de explicar Deus. A velha natureza ainda habita
em
nós, e esta faz com que tenhamos definições limitadas e por muitas vezes
imperfeitas
sobre Deus. Ele deseja ser conhecido, manifestando seu amor por
nós,
no entanto, revela-se a humanidade de conformidade com nossas
limitações.
Neste
contexto, o papel da teologia é levar o estudante ao encontro de Deus
para
conhecê-lo. Por meio De seu filho, Jesus Cristo, Deus manifesta seu amor
pela
humanidade na pessoa de Jesus no milagre da encarnação, onde a
palavra
se faz carne, habita entre nós, e nos chama para termos uma relação
de
amor com o eterno. O estudo da teologia não pode ser encarado apenas
como
um instrumento de pesquisa numa tentativa de especular um ser
transcendente
como alguns tem feito. Esta atitude certamente irá resultar em
um
academicismo teológico onde não haverá uma relação de intimidade entre
Deus
e o futuro Teólogo. Primeiramente deve haver o exercício de uma
espiritualidade,
numa busca do sagrado, em seguida a teologia entra dando as
diretrizes
para a construção da mesma.
Como
deveremos observar mais adiante nesta apostila, deve haver uma
relação
entre espiritualidade e teologia que a meu ver, devem estar de mãos
dadas,
pois uma depende da outras, ambas se completam. Teologia sem
espiritualidade
tende a nos transformar em uma enciclopédia de informações
teológica,
mas sem experiências de relação com O Deus que é revelado nela.
Uma
espiritualidade sem teologia pode desembocar em fé alienada,
impossibilitando-nos
de explicar a razão da nossa fé.
PORQUE DEVO ESTUDAR
TEOLOGIA:
Ao
contrario do que muitos pensam o estudo da teologia não se restringe
apenas
aos intelectuais e acadêmicos. A teologia é tarefa para todos. Não é
um
meio de se destacar entre os sábios e entendidos em matéria de religião,
também
não é um estudo direcionado em conhecer a totalidade da revelação
de
Deus ao Homem, pois certamente isto não irá acontecer, visto que nossa
limitação
não pode compreender a revelação de Deus de forma completa, pois
ele
é eterno e infinito, ao passo que somos pecadores limitados (1 Cor.13.9-
12).
Digo que é um meio de termos um relacionamento mais próximo com o
Eterno,
de conhecermos seus atributos, sua vontade.
A
teologia nos leva ao encontro da graça de Deus. Não somente um meio de
exercício
do intelecto, numa tentativa de conhecer a vontade de Deus para nós,
mas
uma dádiva de Deus com propósito de se fazer conhecido por meio das
Escrituras,
e isto é para todos que desejarem se esmerar no estudo dela.
O
professor e teólogo Solano Portela em Seu artigo por Título “O Estudo da
teologia
e as Escrituras” diz: “Estudar teologia não é uma área segregada à
academia
teológica; não pertence à esfera de intelectuais maçantes que se
preocupam
em descobrir e firmar termos técnicos incompreensíveis aos
demais
mortais; não é monopólio daqueles que escrevem livros meramente
para
adquirir a respeitabilidade e admiração de seus colegas docentes; nem
pertence
a mosteiros anacrônicos, que procuram se aproximar de Deus
distanciando-se
do mundo que Ele criou. Mas é tarefa de todas as pessoas”.
O
estudo da teologia é uma tarefa para todo cristão. Erramos quando não nos
esforçamos
na leitura e reflexão das escrituras. Jesus nos adverte em sua
palavra
sobre a questão e, portanto pecamos quando não damos crédito a ela.
Corremos
sério risco de cairmos no engano cometendo erros de interpretação
de
textos bíblicos que podem nos levar a uma fé errante. Leia a crítica de
Jesus
feita aos seus opositores sobre a questão (Mt.22.29; Mc.12.24; 14.49).
Uma
teologia sadia, livre de pressupostos humanos, feita com análise
cuidadosa,
visto que há várias correntes teológicas em nosso meio, certamente
nos
ajudará a encontrar um caminho mais seguro na busca da maturidade. O
estudo
e reflexão das escrituras, acompanhado de oração, humildade e
submissão
ao Espírito Santo, resultará em uma compreensão mais profunda
sobre
a pessoa de Jesus Cristo, como também nos dá maior clareza quanto a
nossa
identidade cristã, nos levando ao exercício de uma espiritualidade mais
centralizada
em Cristo.
Nesse
estudo, Teologia e oração devem ser duas amigas inseparáveis, pois
ambas
devem caminhar juntas. Teologia sem oração resulta em racionalismo
teológico
onde o aluno corre sério risco de desenvolver uma espiritualidade
focada
na razão sem muitas experiências relacionais ou quase nenhuma
intimidade
com o Eterno. O grande perigo que permeia é colocar a razão acima
da
fé. Teologia sem oração produz teólogos com pensamentos liberais em
extremo,
pois a falta de oração e humildade no estudo da teologia aniquila a fé.
Oração
sem teologia resulta em uma fé alienada.
Fé
que não reflete, não pensa, não constrói convicções seguras nas escrituras,
fé
que está sujeira a manipulação, fé aprisionada nos grilhões da ignorância
resultando
em um analfabetismo teológico, fé induzida pelas massas, pelo falso
discurso,
fé vacilante. Como bem disse John Stott: “Crer é também pensar”. Fé
que
não pensa impede o avanço da maturidade.
A
teologia também exerce papel importante no tocante à libertação da tradição,
formalismo
e legalismo, males que permeiam nos sistemas denominacionas
ultrapassados.
São dogmas e tradições criados e impostos por homens que em
nome
da denominação, coloca-os acima das escrituras, onde tais pensamentos
não
encontram sustentação bíblica e teológica. A teologia estudada à luz das
escrituras
alarga a visão, fazendo o cristão enxergar novos horizontes, fazendo
análises,
releituras e reinterpretações numa perspectiva mais escriturística,
com
bases mais sustentáveis da revelação de Deus ao homem. Não que
através
da teologia sejamos transportados para outra esfera com pensamentos
liberais
e críticos, ao ponto de negar fundamentos como inerrância das
escrituras,
sua infalibilidade e outros conceitos reformados, mas uma análise
que
busca um relacionamento amoroso com Deus e com o próximo, livres das
interpretações,
ritos e tradições baseadas em maquetes religiosas.
É
na teologia que encontramos a liberdade de expressão onde por meio da
liberdade
em Cristo Jesus revelada em sua palavra, poderemos formar uma
linha
de pensamento teológico livre de manipulações e pressupostos humanos
onde
o teólogo passa a desenvolver uma teologia reflexiva equilibrada,
passando
assim a uma melhor compreensão de questões como Reino de
Deus,
Liderança, fé, Escatologia, predestinação e livre arbítrio e dentre outros
temas
dentro do campo da teologia.
A
teologia é tarefa para todos porque Deus deseja em seu infinito amor amar e
ser
amado. É o eterno que através da teologia bíblica deseja se revelar a toda
à
humanidade. O ser humano em seu estado de depravação e pecado está
incapacitado
de se aproximar de Deus, e somente por intermédio da pessoa de
Jesus
Cristo é encontrada esta possibilidade. É neste cenário que entra o
estudo
da teologia. Não em outro lugar, se não nas escrituras o homem
encontra
Deus revelado na pessoa do Filho Unigênito, o Cristo encarnado, o
Deus
que se fez homem e habitou entre nós, O Jesus de Nazaré, O verbo vivo,
O
Deus de toda eternidade. A teologia cumpre seu papel dando a todos a
possibilidade
de conhecer e desfrutar da maravilhosa graça de Deus revelada
nas
escrituras.
Para
muitos estudar teologia é um meio de se destacar entre os demais numa
maneira
de alimentar o ego ou uma tentativa de conhecer Deus em sua
totalidade,
o que certamente não acontecerá. Para outros, e nisto lamento, a
teologia
é uma forma de receber alguma ordenação de sua denominação ou
enganosamente
entender que fazendo teologia receberá título de pastor, bispo,
padre,
presbítero e etc. Deve-se fazer teologia simplesmente para Servir a
Deus
e aos irmãos. O tempo de estudo, as pesquisas, o investimento financeiro
e
tudo mais, são puro desperdício se a motivação não for servir no Reino De
Deus.
Aos
estudantes de teologia cabe a árdua tarefa de levar a igreja a trilhar no
caminho
de uma verdadeira espiritualidade, uma vida que imita a Cristo,
ensinar
uma teologia que revele a graça de Deus como de fato ela é, sem
camuflagem,
sem artifícios humanos, uma teologia que parte do coração de
Deus,
que coloca Cristo como centro, uma teologia que produz vida, e vida
com
abundancia. À Deus Toda a Glória!
A RELAÇÃO ENTRE
ESPÍRITUALIDADE E TEOLOGIA:
A
relação entre espiritualidade e teologia, tão importante para termos um
relacionamento
mais íntimo e pessoal com Deus, na maioria das vezes, não
tem
sido exercitada de forma correta no meio evangélico. Em nossas igrejas,
Existe
uma forte tendência de sermos sempre levados ao extremo, ou seja,
abraçando
um lado em detrimento do outro. Para entendermos melhor a
questão,
basta apenas observar a pratica de espiritualidade das igrejas da
America
latina e Europa. Ambas diferem bastante uma da outra. A primeira é
mística,
onde se valoriza a oração, manifestação de dons como profecias,
curas,
línguas, deixando em segundo plano o estudo e reflexão das escrituras.
A
segunda prega uma teologia racional, onde a razão prevalece, e submete a
bíblia
à razão humana. Nesta espiritualidade, descarta-se a possibilidade de
uma
experiência relacional com Deus. Essa forma de espiritualidade, forma
teólogos
puramente racionalistas. Teólogos que não oram, não creem em
verdades
espirituais como, céu, inferno, Ressurreição, dons espirituais,
milagres,
existência de demônios e outros. Não sentem mais o desejo ardente
em
seus corações de ter um relacionamento de amor com Deus e com o
próximo.
Diante
do desafio, certamente o melhor caminho é o equilíbrio. Para
desenvolvermos
uma teologia sadia, devemos buscar um equilíbrio entre
espiritualidade
e teologia. Questões da bíblia que o nosso intelecto não
consegue
compreender, só podem ser reveladas por meio da fé. A fé não pode
anular
a razão, mas transcende, revelando verdades espirituais não
compreendidas
pela limitação do nosso entendimento humano. É preciso
entender
que a teologia não irá dar todas as respostas que queremos, mas sua
finalidade
é ajudar na construção de uma espiritualidade centrada em Cristo
Jesus.
É
necessário que haja também uma fé com entendimento, uma fé que pensa,
uma
fé reflexiva, para não cairmos no erro do fanatismo religioso, onde muitos
se
tornado alienados por falta de entendimento. Portanto, uma teologia sem
espiritualidade
nos leva a um racionalismo sem vida, e uma espiritualidade sem
teologia,
nos leva a uma fé sem entendimento. (www.teologiaevida.com.br)
A RELAÇÃO ENTRE FÉ E
RAZÃO:
Por
vários séculos, através da história muitos ramos da teologia se valeram da
razão
para tentar explicar teologicamente as devidas questões sobre o
assunto.
Mas a própria história relata que muitos caíram em um abismo sem
volta.
Negaram a fé em benefício da exaltação da razão, submetendo a bíblia
sobre
o crivo do entendimento humano. Influenciados pelo pensamento de que
tudo
deveria ser explicado pela mente humana, muitos cristãos defenderam a
ideia
de que a Bíblia deveria estar submissa ao crivo da razão. Então, tudo que
não
fosse explicado racionalmente de veria ser descartado. Esse pensamento
formou
uma teologia antropocêntrica, racionalista que desprezava a Bíblia e
abraçava
a razão humana. A Escritura foi submetida ao limitado pensamento
humano.
Tudo
que não fosse provado cientificamente deveria ser rejeitado. Não havia
mais
espaço para oração. A razão humana tragou a fé. Milagres, doutrinas
como
nascimento virginal de Cristo, Céu, Anjos, Inferno, ressurreição e muitas
outras
verdades bíblicas, foram totalmente rejeitadas simplesmente pelo fato
da
razão humana não aceitar o que não fosse provado à luz do saber.
Entre
fé e razão deve haver equilíbrio. Na teologia bíblica, Existem textos que
nossa
razão humana não consegue compreender, é inútil explicar o
inexplicável,
é como lutar contra a correnteza em um barco sem leme ou
enxergar
o caminho no deserto em noite de eclipse. No entanto, por meio da fé
nós
cremos e pregamos com convicção. O inexplicável pode ser aceito por
meio
da fé. Neste caso, é possível crer sem ter uma explicação definitiva sobre
a
questão.
A
fé não anula, mas transcende a razão. Como crer, por exemplo, na doutrina
da
trindade ou na eleição e predestinação? É impossível entender pela razão
humana,
mas pela fé cremos que é revelação de Deus para nós, ainda que em
nossa
percepção, seja entendida de forma limitada e incompleta.
A
fé deve estar em sintonia com o entendimento, pois como poderemos
explicar
aos outros a razão da mesma? Como poderemos anunciar as boas
novas
do evangelho, sem conhecer de fato o que ela significa para nós?
É
por meio da fé, e não pelo exercício da razão que começamos e mantemos
uma
relação com Deus. Relaciona-se para conhecer, e uma vez conhecendo,
começamos
a amar e ser amado, desfrutando de sua maravilhosa graça que é
rica
em misericórdia, compaixão, perdão, acolhimento. Então, a razão serve
apenas
para compreender. Compreendemos com a mente, e nos relacionamos
com
o coração. A razão nos faz entender, o espírito por meio da fé arde em
conhecer
aquele que deu sua vida por nós na cruz do calvário.
O SILÊNCIO DA
TEOLOGIA:
Há
momentos na teologia em que o teólogo deve silenciar, e, portanto não
dogmatizar
seu pensamento sobre algumas questões teológicas.
O
silêncio da teologia é aplicado, quando encontramos passagens de difícil
interpretação.
Existem assuntos na bíblia que sempre ficarão sem definição
total
e completa. Podemos chamar isto de “mistérios de Deus”, pelo menos até
na
volta do que é perfeito (Ler.1Cor.13). Em alguns casos, isto é chamado de
antinômio.
Isto acontece quando encontramos doutrinas que aparentemente se
contradizem,
mas que no final elas se completam. Tem havido através da
história,
muitas divergências teológicas a cerca de diversos temas da bíblia e
levado
alguns teólogos ao extremismo, não havendo concordância, entre os
pontos
de vista de cada um. Nestes casos recomenda-se flexibilidade, abertura
para
novos diálogos e respeito mútuo, compreendendo que nossa teologia, não
é
infalível, e que outras linhas de pensamentos não devem ser desprezadas,
ter
a sensibilidade de ouvir por meio de um debate ou diálogo os argumentos
do
outro.
No
estudo da teologia, o teólogo precisa se revestir de espírito de humildade e
buscar
o equilíbrio para não correr o risco de abraçar uma e rejeitar a outra.
Temos
uma forte tendência em escolher e estudar textos prediletos que por
muitas
vezes são baseados em nossas confissões denominacianais, que na
maioria
das vezes, parte de tradições, dogmas da denominação e
pressupostos
e que no geral sempre concordam com nossa linha de
pensamento
teológico. Entretanto, devemos estudar e refletir sobre textos que
confrontam
a nossa teologia, visto que os mesmos são escriturísticos. O alvo é
construir
uma teologia de forma equilibrada livre de pressupostos colocando a
palavra
de Cristo como centro dela. Deve-se aproximar-se do texto
desprendido,
livre, com espírito de humildade e oração.
Silenciar
nossa teologia diante das dificuldades na interpretação dos enigmas
teológicos
nos faz compreender e aceitar a soberania de Deus, que em sua
infinita
sabedoria nos revela sua palavra como lhe apraz. O que aprouve a ele
revelar
é o necessário. Especular é beirar o precipício, é manifestação de
soberba,
é ausência de bom senso. Certamente o melhor caminho é o silêncio.
ALGUNS PERIGOS DA
TEOLOGIA:
A
exaltação à Filosofia. Há vários séculos atrás a filosofia já se misturava com
a
teologia para explicar questões concernentes ao eterno. Isto é observado no
platonismo
(Platão) que tentava explicar o sentido da vida além-túmulo. O
teólogo
Agostinho também se valeu da filosofia para explicar questões
teológicas.
Em fim, a filosofia certamente exerceu um importante papel na
história
da igreja e da teologia.
Mas
há um perigo que ronda os pretendentes que aspiram ao serviço teológico.
A
valorização em extremo à filosofia. Muitos descambaram na armadilha do
racionalismo
teológico. Estes se tornaram céticos sobre várias questões da
Bíblia,
chegando a negar doutrinas fundamentais do cristianismo. Corremos o
risco
de submeter nossa teologia ao crivo da filosofia, desprezando a fé e a
reflexão
das escrituras. Foi esse perigoso ensino que fez com que muitos
teólogos
da Europa, chamados “teólogos liberais” negassem a fé, abraçando a
filosofia
como base para suas vidas. A filosofia tem o seu lugar na teologia,
mas
nunca pode ser colocada acima da mesma.
A
filosofia por sua vez dará sua contribuição em nossa formação teológica,
alargando
o pensamento, onde leva o teólogo questionar o porquê das coisas,
no
entanto não deverá exercer influência total em nossa teologia.
Outro
perigo da teologia é separar teologia e oração. O teólogo que não ora
corre
o perigo de cair no intelectualismo, dando ênfase ao conhecimento e ao
acúmulo
de informações fazendo com que sua pregação se torne seca e sem
vida.
A
dicotomia entre oração e teologia. Quando pensamos em estudo da teologia,
a
primeira coisa que vem à mente é ler, pesquisar e refletir sobre as questões.
Mas
é perigosa a prática deste exercício sem o regar da oração. Ao estar
diante
do texto, o teólogo deve está revestido de humildade. Em oração, deve
submeter-se
a iluminação do Espírito Santo para compreender e interpretar as
escrituras.
Pedir a ajuda do Espírito para que nossa teologia não seja a mais
correta,
mas que seja coerente e equilibrada, não dogmática, mas flexível, não
detentora
da verdade, mas aberta para novos diálogos. Sem oração, como
haverá
resposta para compreender a revelação que esta encoberta? Teologia e
oração
não podem se distanciar, devem ser amigas inseparáveis. Ambas se
completam
na revelação do altíssimo, por meio do filho. É na oração que
podemos
perceber nossa limitação diante de tamanha e maravilhosa
revelação,
perceber nossa condição de pecador e depender da ajuda de Deus
para
compreender, é com oração e teologia que o cristão encontra a razão
para
expressão de sua fé. Teologia sem oração desemboca em racionalismo
teológico.
Fazer
teologia para satisfazer nosso egocentrismo. Certa vez conversava com
um
estudante de teologia que desanimado não pretendia continuar o curso.
Seu
argumento foi que, se ao final do curso, não seria ordenado pastor, não
valeria
apena continuar. Muitos ingressam no curso de teologia movido por um
espírito
egocêntrico. Querem fazer teologia, não para servir os outros, mas
simplesmente
para satisfazer seus própios interesses.
Conseguir
uma ordenação, de preferência, pastor, bispo ou presbítero por
muitas
vezes é a motivação do pretendente. Acontece que teólogo é chamado
para
servir. Deve colocar a disposição seus serviços a serviço do Reino de
Deus
com a finalidade de edificar o corpo de Cristo que é a igreja. A
recompensa
dos anos de estudo, tempo de pesquisa, investimento financeiro,
em
fim, todo o esforço é recompensado pelo prazer de servir de irmãos. O dom
=
χαρισμα= charisma, de Mestre e Doutor é concedido à igreja com a
finalidade
de edificação, onde o teólogo deve compartilhar com a comunidade o
ensino
da palavra. Seus serviços devem ser exercidos de forma voluntária, de
bom
grado, sem constrangimento. Como diz um amado colega pastor: “Fazer
com
amor”. Todo o investimento é desperdício, se a motivação não for o servir.
BIBLIOGRAFIA:
BÍBLIA SAGRADA.
Bíblia de estudos Shedd. São Paulo: ed. Vida Nova, 1998.
1786 pp.
BÍBLIA SAGRADA.
Bíblia de estudo de genebra. São Paulo: Ed. Cultura Cristã,
1999. 1710 pp.
DICIONÁRIO BÍBLICO
UNIVERSAL. Rev. R. Buckland, M.A. , Rev. Dr. Lukyn
Willimas. EUA:
ed.Vida Nova, 1981. 453 pp.
BÍBLIA NVI. (Nova
Versão Internacional)
SITES:
Teologiaevida.com.br
Monergismo-mores.blogspot.com